
Hoje o assunto é mais sério que imaginamos: Amizades. Todos devemos ter atenção com isso, vamos ler um pouquinho sobre esse assunto e ver as alegrias e os perigos que envolvem nossas escolhas?
Boa leitura.
Num período tão complexo como a adolescência é comum que o jovem comece a se afastar cada vez mais dos parentes e que, em contrapartida, se ligue mais e mais a um grupo de amigos.
Isso acontece porque em casa normalmente se critica e se é criticado. Como foi dito antes, se confunde o desejo de ser independente com o “ser do contra”. Como os pais não se habituaram a ser contrariados o ambiente vai se tornando tenso
e conflitante.
É pena que essa transição seja tão traumática tanto para os adolescentes quanto para os pais. Todo aquele entendimento, aquela convivência terna como que se evapora. O jovem, sentindo-se incompreendido, passa a querer ficar cada vez mais tempo fora de casa, sem vontade de dar a menor satisfação a seus pais como se não precisasse mais deles ou pior, como se eles fossem um obstáculo a ser vencido a qualquer preço.
Quando há um bom nível de diálogo entre pais e filhos a situação pode ser contornada mais facilmente pois os dois lados envolvidos - pais e filhos - percebem que algo novo está acontecendo e que terão que rever as bases de seu relacionamento. Os pais aceitando que seus filhos adolescentes já não são mais crianças e que querem e precisam aprender a voar com as próprias asas. Por sua vez, os filhos devem entender que também para seus pais a situação é nova, e que um novo tipo de parto está acontecendo, desta vez de natureza emocional.
O adolescente deve procurar compreender seus pais nesses momentos, tanto quanto quer ser compreendido por eles. Deve entender que para eles, ele era uma criança até há poucas semanas. Deve procurar compreender também que agir por conta própria, sem levar em consideração a opinião dos pais, é ser egoísta e intolerante com aqueles que, bem ou mal, lhe deram o possível até aquela data. Seguir seus próprios caminhos
é um direito inquestionável, mas esse processo de ruptura pode ser amenizado se houver boa vontade de parte a parte.
O resultado desse desarranjo todo é a busca da companhia de seu grupo, onde é aceito com suas virtudes e defeitos, com suas peculiaridades, onde os interesses são os mesmos. No grupo, o jovem compensa em boa parte sua insegurança pessoal diante de
tudo que lhe acontece; sente-se mais seguro em suas idéias e encontra espaço até para eventuais esquisitices próprias da idade. É curioso notar que o estado de confusão interior manifesta-se no jeito de se vestir, de falar e de comportar-se em
público. Se for um rapaz, pode ser que numa semana deixe a barba crescer, vista-se descuidadamente, ande de sandálias etc.
Na outra, é visto de bigode, vestido com mais cuidado e comportando-se até com um certo formalismo. Na semana seguinte, estará de óculos escuros, cabelos compridos e de bermuda. E vai por aí.
Se for uma moça, a coisa não ocorre de maneira muito diferente. Num dia se apresenta toda enfeitada e pintada. No outro, vestida simplesmente, sem pintura e com os cabelos de um modo diferente. Em outro dia de um outro modo e assim por diante. O que tudo isso significa? Com certeza o jovem não está em busca da simples contestação; está, na verdade, em busca de si mesmo. Quer e precisa descobrir qual é sua identidade e isso se reflete no seu aspecto exterior. Nem sempre é simples extravagância, mas o mais puro reflexo do estado de confusão íntima em que vive o adolescente e que passará em pouco tempo, principalmente se for acessível a alguma ajuda de pessoas mais experientes ou dos próprios pais.
O problema da busca de segurança é complexo porque se o jovem se sente mais independente e seguro de si ao romper com os laços familiares, nem sempre percebe que está simplesmente trocando um vínculo de dependência por outro. Na verdade,
troca a dependência da família pela dependência do grupo, o que algumas vezes pode representar um mau negócio. Se o adolescente acredita que a família já não tem nada de bom a lhe oferecer e une-se a um grupo de jovens ainda inexperientes como ele, seria o mesmo que trocar nada por coisa nenhuma.
Diante das cruas realidades da vida, em que os momentos com a “turma” ou com o namorado ou namorada são simples tréguas, nada melhor que o suporte da religião bem compreendida e, principalmente, bem vivida. Não nos referimos aqui a nenhuma
religião em especial, mas à religiosidade inerente a toda criatura humana e que deve ser bem canalizada em benefício próprio e da coletividade em que se vive, a começar pelo ambiente familiar. Essa questão será tratada com mais detalhes em espaço próprio que veremos depois.
Boa semana, e reflitam bastante sobre o assunto!