
A adolescência não é a fase final da readaptação
do Espírito à sua nova jornada pela Terra, nem é a mais
importante. A adolescência é um período que costuma ser ainda
mais confuso para os jovens, pois eles sabem que não são mais
crianças e percebem que ainda não são adultos.
No livro “Drogas - opção de perdedor”, do médico e
psicoterapeuta Flávio Gikovate, lemos o seguinte quanto a esse
período de nossa existência na Terra: “Os jovens vivem as
dificuldades do processo de se tornarem adultos de modo muito
discreto. Sim, porque não se espera deles que estejam muito
mal. Ao mesmo tempo, muitos de nós nos lembramos da nossa
adolescência como um período de horror, como um daqueles
filmes em que se passa medo o tempo todo. O adolescente tem
de vivenciar as mudanças no seu corpo, especialmente no que
diz respeito à função sexual; tem de vivenciar uma brutal
mudança na maneira de encarar a vida, que agora precisará ser
levada a sério; tem de se afastar mais ainda de sua família; tem
de ensaiar os primeiros passos no caminho do amor. E tem de
fazer tudo isso com ar de naturalidade, pois é assim que se
espera que ele passe por essa fase”.
Sabemos que é um período difícil mas muito rico se o
jovem souber aproveitá-lo para conhecer-se melhor. Sim, pois é
nessa época que o Espírito reassume sua verdadeira condição,
apresentando a partir daí todos os seus defeitos e virtudes.
Como lemos em O Livro dos Espíritos, questão 385, onde
Kardec perguntou de onde provinha “a mudança que se opera
no caráter, a uma certa idade, e particularmente ao sair da
adolescência”, os Espíritos que o assessoravam no trabalho de
fazer uma síntese do conhecimento humano responderam o
seguinte: “É o Espírito que retoma sua natureza e se mostra
como ele era”, e prosseguem por aí numa resposta muito longa
de acordo com a importância da questão.
Se as mudanças orgânicas assustam por serem muito rápidas, as
alterações emocionais podem atormentar o jovem ainda mais
por serem de natureza íntima e imensamente instáveis. É comum
nessa idade toda essa confusão que se estabelece no interior de
cada um de nós refletir-se na forma de medo, insegurança e, em
alguns casos, timidez, que é muito mais um jeito de ser e não
doença. Essas emoções se confundem dentro do jovem,
alterando seu comportamento, tornando-o irritadiço e
impulsivo. Começa a ter dificuldades de relacionamento,
principalmente com os pais que passa a considerar “quadrados”,
“caretas” e outros termos parecidos. Na verdade, isso é um
amadurecimento que se apresenta na busca de auto-afirmação,
donde a oposição às idéias, a tudo que é apresentado pelos
familiares que representam, aos seus olhos, o limite, o não pode.
Você deve procurar identificar o que está de fat
o acontecendo.
Uma coisa é querer ser independente, outra bem diferente é ser
do contra, fazendo oposição sistemática a tudo e a todos.
Na adolescência as emoções se confundem, havendo grandes
alternâncias de humor. Euforia e tristeza se alternam sem razões
aparentes que justifiquem o fato. Pode-se amar profundamente
alguém num dia e passar a detestá-lo na semana seguinte por
causa de ninharias. As primeiras experiências no campo do amor
não são plenamente realizadoras, justamente devido à
instabilidade emocional. Sente-se intensamente tudo e tudo é tão
intensamente passageiro. Entretanto, não se assuste. Todos nós
sobrevivemos há séculos a esse tumultuado período de cada
reencarnação, tanto mais facilmente quanto maior o apoio e
amizade que tivermos dos pais, parentes e amigos.
Vamos procurar conversar mais pessoal. Procurem seus pais e busquem sua felicidade sem culpa, sem medos, mas com responsabilidade.
Lembrem da frase: PENSAR ANTES DE AGIR.
continua...